quarta-feira, 30 de março de 2016

BAGAGEM : caminhada como prática  poética _ Casa Contemporânea

coordenação: EDITH DERDYK
A experiência de percorrer fisicamente os espaços - sejam eles públicos, privados, urbanos, rurais -   adotando o enunciado  "caminhar como prática estética", é uma prática que serviu como fundamento para a produção de muitos artistas,  projetos e coletivos (vide abaixo). Iremos investigar os modos de captar, registrar, se apropriar, interpretar e ressignificar poeticamente a relação entre o corpo, o olhar e o espaço, caminhando pela cidade, utilizando o desenho, a escrita, a fotografia, o vídeo como instrumentos de registros das  observações  oriundas destas caminhadas.  
A cidade, em constante transformação física, se por um lado ainda abriga  algumas referências  que apontam para  uma memória coletiva – principalmente em bairros – por outro lado aponta para distintas percepções espaçotemporais, cujas configurações físicas estruturam novas relações afetivas e sociais.
A partir destas anotações e registros, iremos pesquisar tanto o levantamento de uma memória – pessoal, social, histórica, coletiva -  quanto o desenvolvimento de “projetos de  futuro”, imaginando intervenções públicas que atualizem nossa “idéia de cidadania”.  Também iremos desenvolver  cadernos e livros, que contenham todo  este processo narrativo.
A abordagem de  algumas questões conceituais e históricas tais como mapa X território, medidas  do corpo  x tempo X espaço, site specific X non-site, intervenção na paisagem,  registro X  imagem, ação X caderno de viagem, Land Art, Land Walk, Arte Conceitual serão apresentadas com base na produção de artistas (entre  outros Richard Long, Hamish Fulton, James Turrell, Robert Smithson, Dennis Oppenheim, Michael Heizer, Situacionismo,Robert Morris; as experiências brasileiras do  Arte_Cidade, Fronteiras, Nelson Felix, Artur Barrio, Paulo Brucski, Helio Oiticica, 3x3), através de textos e  imagens, visando gerar repertório para a pesquisa de uma poética pessoal.
Carga horária: 12 horas
Datas: 7, 14, 21 e 28/05/2016, sábados, das 10h às 13h.
Investimento: R$ 520,00
Formas de Pagamento: em duas vezes ou à vista com 5% de desconto. 
Preço especial para estudantes, consulte-nos.

http://casacontemporanea370.com/blog/linhas-de-horizonte-maio-2016/

terça-feira, 17 de novembro de 2015

aqui  preparando uma programação para 2016



Encontros Imersivos BAGAGEM:caminhada como prática poética, fora da cidade de SP:
 - no Matutu_Aiuruóca perto de São Lourenço_Minas Gerais (Carnaval_Fevereiro) www.pousadamatutu.com.br;
- na  Fazenda Serrinha_Bragança Paulista (Páscoa_Março e Tiradentes_Abril)
www.fazendaserrinha.com.br ;
- quem sabe expedição para o Parque do Zizo_São Miguel Arcanjo, em direção à Sorocaba
ou Monte Roraima (grupo mínimo 10 pessoas)

Curso Extensivo BASE com 6 encontros no Centro de Pesquisa e Formação  _SESC , em fevereiro e março, coordenação Edith Derdyk. Teremos 4 convidados: Natalia Barros_Poesia; Laerte Sodré_Astronomia; Rita Mendonça_Biologia/Ecologia; Marcelo Semiatzh_Fisioterapia/Estudos do Corpo além de 2 encontros ministrados pela artista edith Derdyk,  abordando e contextualizando o ato de caminhar com a História da Arte.

Linhas de Horizonte - entre o corpo , o olhar e o espaço,   8 aulas  em SP, realizando incursões  urbanas, curso sediado na Casa Contemporânea, em andamento
www.casacontemporanea370.com
.
As parcerias se consolidam com a Fazenda Serrinha, onde já realizamos 2 edições em 2015, SESC e Casa Contemporânea.





Em tempos tão turbulentos como os que estamos imersos, em nossa  história recente, atravessados por questões cruciais à nossa sobrevivência material e espiritual, em todas as instâncias, o pré-texto  "ato de caminhar como prática poética"  se reveste de muitas  camadas de sentido - sejam de ordem física;  sejam pela necessidade de retomar as medidas do corpo e as extensões perceptivas espaço-temporais; sejam de ordem simbólica e existencial. Emerge a necessidade, estrutural e estruturante, de atualizar conceitos  e chaves  filosóficas, antropológicas,  estéticas, como modalidades de interpretação e  invenção de mundos. 


A ressignificação de nossas experiências e repertório constitutivo, relativos aos trânsitos e fluxos na qual vivemos em todos os momentos - dos percursos cotidianos aos  nomadismos sócio-culturais e, portanto, históricos -,  nos solicita redesenhar as representações   das noções de território e  de mapeamento destas - seja a partir das observações,  das memórias (cujo arco se estende do singular/ afetivo ao plural/cultural-histórico) e dos imaginários, ou seja, a projeção de futuros possíveis.




A experiência extraída do ato de caminhar, em si, visa a constituição de  narrativas e dramaturgias  que ancorem  a instauração de  novas e outras poéticas,  nascidas  sob o signo  das linguagens expressivas, criativas e criadoras da Arte, esbarram  em  questões emergentes de nossas vidas:        
a mobilidade social, física, territorial; as migrações; o desafio das outridades - cujos modelos estão exauridos por um lado e, por outro, a constatação do vão entre imagens e palavras capazes de instigar a suspeita "representação" de nossa  subjetividade contemporânea; a eterna conquista do mito do desconhecido.

A plataforma BAGAGEM : caminhada como prática poética, passo a passo, ponto a ponto, traço a traço, vai desenhando linhas em estado de risco, conectando cartografias afetivas, abrindo trilhas metafóricas, instaurando veredas "nem sempre reais, porém sempre verdadeiras", como já dizia Antonin Artaud, em direção à conjugação de experiências, gerando argamassas móveis, fluxos singulares e plurais. 

  



A indagação desta proposição, que fica aqui batendo seu pulso, tende revolver o arco extenso entre "a poética da experiência  e a experiência da poética". Como extrair e projetar, do ato de caminhar em si, informações-pilares que sejam ingredientes para esta cozinha alquímica dos sentidos,  caminhada incessante da  linguagem poética  - o novo passaporte de um caminho por ser, ainda, desvendado. 

Edith Derdyk
novembro _ 2015

sexta-feira, 23 de outubro de 2015


"Não encontrar o caminho numa cidade´pode  perfeitamente ser desinteressante e banal. Exige  ignorância - só isso. Mas se perder  numa cidade - do modo como nos perdemos numa floresta - exige um ensino muito diferente. Nesse caso, placas de lojas e nomes de ruas, transeuntes, tetos, quiosques ou bares devem falar ao caminhante como um raminho que se quebra sob os seus pés na floresta, como o pio assustador de um alcaravão à distância, como a súbita quietude de uma clareira com um lírio erguendo-se bem ereto no seu entro. Paris me ensinou essa arte de vagar."

Walter Benjamin , "A Berlin Chronicle" in: Reflections:  essays, aphorisms, autobiographical writtings_NY_Schoken_1986_pg 9

http://bacanasbooks.blogspot.com.br/2011/02/buenos-aires-tour-jorge-macchi-2003.html

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

"Caminhar é o melhor modo de explorar e tirar  proveito da cidade: as mudanças, trocas, rupturas no capacete das nuvens, o movimento da luz na água. O deslocamento sem propósito é o modo recomendado, pisando firme o chão asfaltado m um devaneio alerta, deixando que se revele a ficção de um padrão subjacente. Para o materialista que não perde tempo com bobagens isso cheira a decadência fin-de-siécle, uma entropia poética - mas  o 'flâneur' renascido é uma criatura teimosa, menos interessado em textura e tecido, escutando atrás da porta pedaços de conversas filosóficas, do que em observar tudo." 

Lights out for the territory_ Iain Sinclair_ Londres_Granta_1997

   

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

“Empreendi e executei uma viagem de 42 dias à roda de meu quarto. As interessantes observações que fiz e o prazer contínuo que experimentei ao longo do caminho faziam-me nascer o desejo de o tornar público; a certeza de ser útil foi o que me decidiu.”

Jorge Macchi

"Não há mais atraente, para mim, do que seguir as ideias pelo rastro, como o caçador persegue a caça, sempre tende a tomar alguma estrada. Assim, quando viajo em meu quarto, raramente percorro uma linha reta: vou da minha mesa para um quadro colocado em um canto; de lá parto obliquamente para ira té a porta; mas, ainda que no momento em que parto minha intenção seja ir par lá, se encontro uma poltrona no caminho, não me faço de rogado e lá me arranjo imediatamente"..

Xavier de Maistre (1763-1854)  Viagem à roda de meu quarto (Estação Liberdade)



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

"Não há palavra que descreva satisfatoriamente aqueles passos. Era algo tão mais lneto que uma caminhada quanto uma caminhada é mais lenta do que uma corrida. Eu ficava esperando a cada passo durante um tempo incrível. Em cinco minutos exauria o espírito e punha em estado febril todos os músculos da perna."

in: Walking Tours_1876_Robert Louis Stevenson (citação do livro A arte de caminhar_Merlin Coverey)






quarta-feira, 30 de setembro de 2015

BAGAGEM  na Fazenda Serrinha
participações especiais:
Natália Barros falando de poesia, da palavra que se coloca em movimento
Lua Tatit oferecendo experiências _práticas corporais_ para  os acordes de um corpo